A minha almofada tem rádio é, além de um programa de rádio, um audioblog e, como tal, dispõe de um mp3 player incorporado.
Se clicar no play de qualquer das músicas disponíveis nos posts, o Yahoo Media Player é lançado e pode ouvir todos os ficheiros do blog, por ordem cronológica, ou escolher especificamente o que ouvir através da playlist. Enjoy!

A Minha Almofada Tem Rádio - Podcast

sábado, 31 de maio de 2008

. sábado, 31 de maio de 2008
0 comentários

Liberdade em segurança


Os réus entraram. Três. Fardados de azul. De escudo a tiracolo e viseira erguida.
O juiz pôs a touca com um pequeno jeito de mão direita. Afirmou
– Levante-se o queixoso.
O queixoso estava deitado. Não se levantou.
– Tem alguma coisa a acrescentar quanto à sua arguição contra os réus? – insistiu o juiz, dando outro pequeno jeito na touca.
O queixoso nada disse. Continuava deitado.
– Dadas as circunstâncias atenuantes e outras, declaro os três réus inocentes. O queixoso demonstra à sociedade ser provocador e silencioso, revolucionário alterante de ordem estabelecida, destabilizador da liberdade em segurança. Que os réus, absolvidos, se retirem em segurança e liberdade.
Os três réus perfilaram-se. Fizeram a continencia com a mão direita. E sairam pela porta da direita.
Sairam os meirinhos pela porta do fundo, e também o juiz, já sem touca, pela porta da frente.
Sairam todos.
O queixoso não. Estava deitado, como já tive oportunidade de informar. Com cinco tiros no baixo-ventre. E morto.

Torah

Jeová achou que era altura de pôr as coisas no seu devido lugar. Lá de cima acenou a Moisés.

Moisés foi logo, tropeçando por vezes nas lajes e evitando o mais possível a sarça ardente.

Quando chegou ao cimo, tiveram os dois uma conferência, cimeira, claro. A primeira, se não estou em erro.

No dia seguinte Moisés desceu. Trazia umas tábuas debaixo do braço. Eram a Lei.

Olhou em volta, viu o seu povo aglomerado, atento, e disse para todos os que estavam à espera:

- Está aqui tudo escrito. Tudo. É assim mesmo e não há qualquer dúvida. Quem não quiser, que se vá embora. Já.

Alguns foram.

Então começou o serviço militar obrigatório e fez-se o primeiro discurso patriótico.

Depois disso, é o que se vê.

O QUE ACONTECERIA

SE O ARCEBISPO DE BEJA

FOSSE AO PORTO

E DISSESSE QUE ERA NAPOLEÃO

Toda a gente acreditava que era. O presidente da Câmara nomeava-o Comendador. Iam buscar a coluna de Nelson, tiravam o Nelson e punham o arcebispo lá em cima. E davam-lhe vinho do Porto.

Então o arcebispo dizia:

- Sou a Josefa de Óbidos.

Ainda acreditavam que era, embora menos. O presidente da Câmara apertava-lhe a mão. Iam buscar o castelo de Óbidos, tiravam os óbidos e punham o arcebispo na Torre de Menagem. Além disso, davam-lhe trouxas d’ovos.

Nessa altura, convicto, o arcebispo de Beja afirmava:

- Sou o arcebispo de Beja.

Não acreditavam. Davam-lhe imediatamente uma carga de porrada. E punham-no no olho da rua. Nu.

CARREIRISMO

Após ter surripiado por três vezes a compota da despensa, seu pai admoestou-o.

Depois de ter roubado a caixa do senhor Esteves da mercearia da esquina, seu pai pô-lo na rua.

Voltou passados vinte e dois anos, com chofer fardado.

Era Director Geral das Polícias. Seu pai teve o enfarte.

ÚLTIMA TENTAÇÃO

Então ela quis tentá-lo definitivamente. Olhou bem em volta, com extrema atenção. Mas só conseguiu encontrar uma pêra pequenina e pálida.

Ficaram os dois numa desesperante frustração.

Não há dúvida que o Paraíso está a tornar-se cada vez mais chato!

EXAGEROS

O Alfredo atirou o jornal ao chão, irritadíssimo, e virou-se para mim:

- Estes jornalistas! Passam a vida a inventar coisas, é o que te digo. Então não afirmam que, no Sardoal, foi encontrado um frango com três pernas! Vê lá tu! É preciso ter descaramento.

Ajeitou-se melhor no sofá e, realmente indignado, coçou a tromba com a pata do meio.

CASAMENTO

“Na riqueza e na pobreza, no melhor e no pior, até que a morte vos separe.”

Perfeitamente.

Sempre cumpri o que assinei.

Portanto estrangulei-a e fui-me embora.

HISTÓRIA EXEMPLAR

Entrei.

- Tire o chapéu – disse o Senhor Director.

Tirei o chapéu.

- Sente-se – determinou o Senhor Director.

Sentei-me.

- O que deseja? – investigou o Senhor Director.

Levantei-me, pus o chapéu e dei duas latadas no Senhor Director.

Saí.

Deixe o seu comentário »»




A MINHA ALMOFADA TEM RÁDIO #13
[BOR LAND & SURREALISMO]
RÁDIO ZERO - DOMINGO 1 JUNHO - 10 HRS


OUVIR O PROGRAMA (57 min.)


A Bor Land é uma editora discográfica independente.


Destacando-se pelas suas cuidadas produções é uma das mais importantes editoras portuguesas.


"É preciso entender que não estamos perante um rol de músicos que se comportem como sucedâneos de outros, não pretendem parecer ou substituir-se a outros. Trazem uma formatação própria, consumam a surpresa que se reflecte num estranhamento pouco hábil do grande público. Perante o desconhecido o grande público estranha, ao invés de se maravilhar, como querem fazer crer os contos fantásticos e os filmes mais sonhadores."


Que sirvam os vossos ouvidos!!


Alinhamento:



Complicado For you to dance







Old Jerusalem One, i should know





Kafka Legacy
Starlux Gotta go somehow







Bruno Duarte Out runner







The Unplayable Sofa Guitar Drowning song










Norberto Lobo Mudar de bina



Old Jerusalem Up north in convoy



Alla Polaca Wrong like us







Ölga Cube






The Unplayable Sofa Guitar Rocky grounds, big sky


Starlux Skud


Bruno Duarte Colibri research


The Unplayable Sofa Guitar Squirrel's cage



Os Contos do Gin-Tonic são já um clássico da literatura surrealista. Continuamos a lê-los e a relê-los, anos após ano, pelos dias fora, pelas noites dentro, sozinhos, em casa, aos amigos, em cafés, em teatros, nas ruas, nas almofadas com rádio, num espaço recriado pela força motriz destas estórias rocambolescas, forçando-nos a abraçar outras formas de pensamento...uma outra e mais ágil maneira de ver...nas palavras gritadas pelo buril de Mário-Henrique Leiria.

Deixe o seu comentário »»

sexta-feira, 2 de maio de 2008

. sexta-feira, 2 de maio de 2008
1 comentários

A MINHA ALMOFADA TEM RÁDIO #11
RÁDIO ZERO - DOMINGO 18 DE MAIO, 10 HRS. - REPETE TERÇA 20 DE MAIO, 8 HRS.

OUVIR O PROGRAMA (57 min.)

Três contos tradicionais (O Capuchinho Vermelho, a Gata Borralheira e os Três Porquinhos) adaptados aos tempos modernos pelo escritor e actor norte-americano James Finn Garner.

Em destaque igualmente o albúm que assinala 40 anos de carreira de Xico Zé Henriques, músico polivalente, compositor e orquestrador.
O disco chama-se Rio e navega por territórios jazzistícos, desde o free jazz à fusão.

Alinhamento:
Vinicius Cantuária Vivo isolado do mundo
Xico Zé Amolador
Lisa Ekdahl But not for me
Ella Fitzgerald Them there eyes
Xico Zé Esse brinco
Azymuth feat Sabrina Malheiros e Roberto Menescal Pra Ze
Diana Krall Let's free the music and dance
Xico Zé Via dental
Carmen Mcrae That old devil moon
Lisa Ekdahl I get a kick out of you
Xico Zé Faro

Deixe o seu comentário »»



5ª feira 29 de Maio às 21,30h inaugura a esposição colectiva de artistas MAPA, com o título "Quotidianos", na Galeria Municipal de Almada.
Pintura, fotografia, escultura e tapeçaria estarão expostos até dia 31 de Julho.
Na inauguração vamos ter um excelente espectáculo musical, também de artistas MAPA.
Let's go?

Deixe o seu comentário »»

A MINHA ALMOFADA TEM RÁDIO #12
RÁDIO ZERO - DOMINGO 25 DE MAIO, 10 HRS. - REPETE TERÇA 26 DE MAIO, 8HRS.

OUVIR O PROGRAMA (57 min.)

Emissão sem eira nem beira, sem Rei nem roque, soltas sem nenhuma coerência especial...
Antecipação dos concertos de Cat Power e textos que não lembram ao Diabo mais velho!

Alinhamento:
Clã Sexto andar
Cat Power Could we
Cat Power Lost someone
Mike Scott City full of ghosts (Dublin)
Tom Verlaine The earth is is the sky
Lou Reed Set the twillight reeling
Cat Power Lived in bars
Cat Power New York
Xico Zé Esse brinco
David Sylvian Midnight sun
Old Jerusalém 180 days
Blind Zero Super 8
Cabaret Noir Ballade du nuage
Da Cruz Sarah
Caetano Veloso Carolina

Deixe o seu comentário »»

A MINHA ALMOFADA TEM RÁDIO #10
RÁDIO ZERO - DOMINGO 11 DE MAIO, 10 HRS - REPETE TERÇA 13 DE ABRIL 8HRS.

OUVIR O PROGRAMA (57 min.)

Manhã submersa em textos de António Santos e João Viegas, recuperados d' As noite longas do FM estéreo, mítico programa da Rádio Comercial nos anos 80.


Estórias com estes discos no meio:

Rita Red Shoes The Begining Song
Yael Naim New Soul
Sean Riley & The Slowriders The Motorcycle Song
Donovan Frankenreiter It Don't Matter
Wraygun She's a GoGo Dancer
Cat Power Song to Bobby
Marta Wainwright Bloody Mother Fucker Asshole
Mazgani Strong & Holy
Rufus Wainwright California
Kevin Drew Safety Bricks
The Walkabouts The Light Will Stay On
Mler If Dada Novo Zuvi Zeva Novi
Cirkus Your Such An...

Deixe o seu comentário »»

A MINHA ALMOFADA TEM RÁDIO # 9
RÁDIO ZERO - DOMINGO 4 MAIO, 10 HRS - REPETE TERÇA 6 ABRIL, 8HRS

MÃEDAY

Ninguém sabe fazer tudo tão bem quanto uma mãe.
Desde tratar de joelhos esfolados a curar corações destroçados, uma mãe tem uma solução prática para todas as crises e mantém sempre a calma.

Esta semana preparámos uma emissão de homenagem às mães, que recupera alguns clássicos da música popular que, de alguma maneira, a elas se referem.

Por exemplo, os Beatles escreveram muito material sobre o tema (Mother Nature's Son, Lady Madonna, Let it Be, Your mother should know) mas optámos por escolher Julia, canção que John Lennon escreveu para a sua mãe. Uma outra teoria sugere que o tema terá sido composto para o seu filho Julian. Apesar de pertencer ao albúm The Beatles (mais conhecido como o albúm branco) apenas John canta e toca nesta canção, facto que não se voltou a repetir na carreira da banda de Liverpool.



John sempre foi atormentado pelo tema e voltou a ele em 1970 no albúm John Lennon / Plastic Ono Band com o tema de abertura Mother. Apesar do título, esta música refere-se ao abandono que Lennon sentiu por parte dos pais, uma vez que o seu pai deixou a família quando ele era ainda bébé e a sua mãe morreu atropelada quando John tinha apenas 17 anos.



Em 1965, Bob Dylan gravou It’s alright Ma (I’m only bleeding) no seu quinto albúm de originais Bringing It All Back Home, que incluía Mr. Tambourin Man a abrir o lado B. Sendo uma das suas músicas mais celebradas e ambiciosas, várias das frases mais emblemátivas da sua carreira podem ser ouvidas aqui - "He not busy being born is busy dying"; "It's easy to see without looking too far that not much is really sacred"; "Even the president of the United States sometimes must have to stand naked"; "Money doesn't talk, it swears"; "If my thought-dreams could be seen they'd probably put my head in a guillotine." Entre alguns lamentos e a futilidade dos políticos, Dylan aponta novos caminhos na sua carreira - "So don't fear if you hear a foreign sound to your ear it's alright, Ma, I'm only sighing."




Em 1985, kate Bush lança o albúm Hounds of Love, o disco que mais sucesso comercial obteve na sua carreira, incluindo os hit-singles Running up that hill, Cloudbusting, Hounds of love e The big sky. Com tantas fantásticas canções neste disco a pérola Mother stands for comfort pode passar despercebida. Esta bela obra-prima conta a história de um assassino que suspeita que a sua mãe sabe que ele fez algo de errado mas que o protege não se importando que ele tenha mentido.



Cerca de dois anos depois da separação do seu companheiro de longa data Art Garfunkel, Paul Simon lança, em 1972 um albúm homónimo. Mother & child reunion que abre o disco terá sido a primeira tentativa de compor reggae por parte de um músico branco (apesar de alguns teóricos apontarem Ob-La-Di, Ob-La-Da dos The Beatles com uma aproximação mais séria aos ritmos Jamaicanos). Este tema terá sido uma resposta a uma música de Jimmy Cliff , Vietnam e Simon gravou-a na Jamaica usando os músicos que habitualmente tocavam com Cliff de modo a obter uma sonoridade mais autêntica. O título poderá ter surgido depois de Simon ter comido um prato de frango e ovos chamado Mother & child reunion num restaurante de Chinatown. Foi o primeiro single de Paul Simon a solo.



Mother Dear – The Divine Comedy. Um dos mais interessantes hinos às mães. Do albúm Victory for the Comic Muse de 2006. A dada altura Neil Hannon refere que não será preciso a CIA apertar com ele para ficar a saber os seus segredos. Basta um olhar da sua mãe para que eles se revelem. Percebo o quer dizer...


J.J. Cale Mama don’t allow (tradicional/JJ Cale) John Cale é um dos fundadores do chamado Tulsa Sound um género muito solto com influências blues, rockabilly, country e jazz. Com um espírito averso à exposição pública Cale mantem-se alegremente um artista de culto há 35 anos. Este tema, gravado ao vivo no The Gothic Theatre em Denver, parte de uma música tradicional adaptada por Cale.


Ben Harper sempre escreveu sobre tolerância em diversas formas: raça, sexo, orientação sexual. Depois de ter visto na TV um casal de lésbicas numa reciproca declaração de amor compôs Mama’s got a girlfriend now um divertido hino à tolerância, incluido no albúm Live from Mars de 2001.



The Rolling Stones Mama’s little helper tema incluido em Aftermath, albúm de 1966. Com este álbum a banda começaria uma fase de músicas mais longas e de arranjos mais elaborados, ainda com a presença de Brian Jones.



Pink Floyd Mother. Do mítico duplo albúm The Wall de 1979. Como todas as canções deste disco Mother narra uma parte da história de Pink, o protagonista do albúm. A canção é uma conversa entre Pink (voz de Roger Waters) e a sua mãe (voz de David Gilmour). A superprotectora mãe de Pink ajuda-o a construir um muro que o proteja do mundo exterior - of course mother's gonna help build the wall – e insiste que ele fica com ela mesmo depois de crescer e não aguenta quando Pink se torna adulto e se apaixona.



Deixe o seu comentário »»

A ALMOFADA E A PRIMAVERA NO SITE DA VIDAS ALTERNATIVAS

O programa de 23 de Março dedicado à primavera e às mulheres está desde hoje disponível também no site da Associação Vidas Alternativas. (siga o link amarelo)

Alinhamento:
Club des Belugas - It's a Beautiful Day
Gabin feat. Dee Dee Bridgewater - Into my Soul
Cat Power - I Believe in You
Kate Nash - Foundations
Lykke Li - Little Bit
Paula Oliveira - O Primeiro Dia
Jacinta - Baby Won't You Please Come Home
Thao Nguyen - Bag of Hammers
Club 8 - Spring Came, Rain Fell
Bat for Lashes - Horse & I
Priscilla Ahn - Dream
Martha Wainwright - Bloody Mother Fucker Asshole
Hanne Hukkelberg - A Cheater's Armoury

Deixe o seu comentário »»

O COMEDIANTE FILIPE D'AVIZ NA ALMOFADA


A
partir desta semana a almofada conta com mais uma colaboração: o actor e comediante Filipe d’Aviz.

Humorista sarcástico, directo, contemporâneo, que bebe influências em comediantes como Robin Williams ou Jerry Seinfeld, Filipe d’Aviz cria, em exclusivo para A minha almofada tem rádio, um conjunto irresistível de personagens e situações.

Na estreia vamos conhecer o eminente, poliglota e pedante professor Sérgio Montopasso, que apresenta o seu programa cultural “Portugal Portugal Portugal”, com o poeta popular Américo Bonitaface, o crítico de arte José Benvindo e a obscura tocadora de violoncelo russa Aika Bosti.

Deixe o seu comentário »»

quinta-feira, 1 de maio de 2008

. quinta-feira, 1 de maio de 2008
2 comentários

DEIXE UM COMENTÁRIO COM A SUA SUGESTÃO DE UMA MÚSICA SOBRE MÃES

Sugestões da casa:

Pink Floyd . Mother
John Lennon . Mother
Ben Harper . Mother got a girlfriend
PJ Harvey . I think i'm a mother
Scissor Sisters . Take your mama out
Paul Simon . Mother & child reunion
The Beatles . Julia
The Divine Comedy . Mother dear
JJ Cale . Mother don't
Mother's of invention . Motherly love
Smog . I feel like the mother of the world
Eddie Steele . Groove me mama
The Genesis . Mama
Bob Dylan . It's allright ma
Johnny Cash . Send A Picture Of Mother
Kate Bush . Mother stands for comfort
Sinead O'Connor . My special child
The Rolling Stones . Mother's little helper
Violent Femmes - Mother Of A Girl
The Sugarcubes . Mama

Deixe o seu comentário »»
 

Top Comentadores

Namablogkamu is proudly powered by Blogger.com | Template by o-om.com