A minha almofada tem rádio é, além de um programa de rádio, um audioblog e, como tal, dispõe de um mp3 player incorporado.
Se clicar no play de qualquer das músicas disponíveis nos posts, o Yahoo Media Player é lançado e pode ouvir todos os ficheiros do blog, por ordem cronológica, ou escolher especificamente o que ouvir através da playlist. Enjoy!

A Minha Almofada Tem Rádio - Podcast

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Electric Willow comentam novo albúm na almofada

. terça-feira, 21 de outubro de 2008



"Mood Swing" chegou, sorrateiramente, ao mercado, nos últimos dias de 2006.
Era a estreia em disco dos Electric Willow, um trio em que o ex-Caffeine Cláudio Mateus (voz, guitarra) se faz acompanhar por Abílio Sousa (baixo) e Pedro Geraldo (bateria).
O seu segundo trabalho, "Nothing's Ever Good Enough", tem levado o nome do grupo mais longe, acordando alguns ouvidos mais distraídos.
Aqui ficam os comentários do próprio Cláudio Mateus às nove faixas que compõem o disco.



To Get Across
Escolhemos esta canção para abrir, porque acerta com o tom e sonoridade que discorrem pelo disco. De alguma maneira, dá o mote do álbum ao resumir um certo olhar que perpassa pela lírica das canções que o compõe. O nosso amigo Filipe Miranda (The Partisan Seed) diz que este tema tem a melhor linha de guitarra do disco.

Bad Temper's Slave
É a canção possível para alguém com mau feitio e consciente do efeito terrível que esse mau feitio tem sobre si e sobre os que mais ama... um drama. Há quem chame a este tipo de canções exercícios de auto-comiseração ou canção do bandido, mas este terreno sempre foi frutífero para o fazedor de canções. É a canção mais acústica do disco. Gostámos muito do resultado dos sopros e das cordas que, pelo efeito criado, elevam a canção e a salvam da simples lamechice.

Cease The Falling
Gostamos do som desbragado das guitarras. O José Arantes (que co-produziu o disco comigo) conseguiu captar bem a essência das canções, sacando as sonoridades mais adequadas. Esta forma de esfarrapar acordes é o que melhor sabemos fazer. E não assentam nada mal em rockeiros de trinta e tal anos que teimam em encalhar nas mesmas dúvidas existenciais de um puto de dezoito. Este é um hino às quedas possíveis, onde somos convidados a concluir que a queda mais significativa e destrutiva com que um homem se pode deparar é a queda de cabelo, por ser a única irreversível...

Goat
A lírica encerra a ideia da necessidade que por vezes sentimos de nos distanciar de nós próprios para melhor nos conseguirmos vislumbrar e tentar perceber. Exercício difícil para alguém de apetites frugais e que ama a coisa terrena. Aqui, é, uma vez mais, a voz que vem para a frente e assume o comando.

Joy Is Brief
Esta é uma canção em que nunca acreditámos muito, mas, quando a começámos a gravar, ela foi-se revelando mais consistente e o resultado final acabou por nos surpreender. Um dos momentos mais curtidos das gravações foi quando registámos o coro final desta canção em que juntámos todo o pessoal amigo que apareceu pelo estúdio nessa noite e nos pusemos a cantar "nanananana" até doer.

Love Of The Lonely Kind
Esta canção procura falar de uma solidão que é a de cada um e que qualquer amor não pode confortar. A solidão aparece como único conforto de si própria. Ouvi dizer que soa muito a Lou Reed. Bem sabemos que o pop/rock sempre teve e terá um carácter mimético, mas às vezes dá ideia de que um gajo anda para aqui apenas a macaquear os outros. É óbvio que não me aborrece nada que falem no Lou Reed, antes pelo contrário. O ideal seria que tais comparações nos desse maior visibilidade, o que duvido, porque Lou Reed por Lou Reed, todos preferimos o original. A questão está em saber o que há, se o houver, para além das referências, e assim estas ganham mais sentido.

Moonsun Girl
Depois de um começo e desenvolvimento muito simples e despojado (assente no trio de guitarra, baixo e bateria), remata com aquele despique final, entre várias guitarras e os sopros, que é talvez, do ponto de vista instrumental, uma das partes mais intensas do disco. Ainda não percebi exactamente o queria dizer ao escrever esta letra.

Palm's Lane Lullabye
Esta canção é daquelas que saem de um jorro quando pegas na guitarra – é uma sensação muito fixe quando uma canção que te satisfaz aparece assim de forma tão simples e gratuita. Simples nasceu e simples a gravámos. Uma canção assim pede a letra mais intimista que lhe podes dar e foi o que tentei fazer...

Spark
É talvez a canção mais rock do disco. É uma das duas canções que contêm o verso que dá título ao álbum. O verso "nothing's ever good enough", que, à partida, pode remeter-nos para aquela tristeza que decorre de um estado de impotência, desencanto e desilusão, ganha aqui um sentido diferente, mais luminoso e positivo, quem sabe inspirador de qualquer força anímica para encararmos os nossos dias. Este paradoxo começa na capa e perpassa todo o disco onde as canções vão derivando por sentimentos ou estados de espírito opostos como sejam a solidão, a perda, o desespero, a saudade, o amor, o desejo, a confiança, a esperança ou a alegria mais fugaz.

Um abraço a toda a banda e muito obrigado ao Cláudio Mateus pela disponibilidade demonstrada.

Publicado por João Sobral em acisumblog.blogspot.com

0 comentários:

 

Top Comentadores

Namablogkamu is proudly powered by Blogger.com | Template by o-om.com