A minha almofada tem rádio é, além de um programa de rádio, um audioblog e, como tal, dispõe de um mp3 player incorporado.
Se clicar no play de qualquer das músicas disponíveis nos posts, o Yahoo Media Player é lançado e pode ouvir todos os ficheiros do blog, por ordem cronológica, ou escolher especificamente o que ouvir através da playlist. Enjoy!

A Minha Almofada Tem Rádio - Podcast

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Almofada #27 - 2 Novembro 2008 - Edgar Allan Poe

. sexta-feira, 31 de outubro de 2008
0 comentários



Ouça o programa
Almofada #27

O que é o horror percebeu-o muito bem Edgar Allan poe escritor norte-americano, nascido em Boston a 19 de Janeiro de 1809. Ninguém revolucionou tanto a época em que viveu como Allan Poe. A sua obsessão pela originalidade, um dos seus horizontes, é conhecida através do seu trabalho de crítico literário e teórico da literatura. Mas a par deste trabalho Edgar havia de destacar-se como poeta e escritor de pequenos contos, género que apurou até à modernidade que hoje conhecemos. O género policial que hoje conhecemos foi forjado por Poe. E também o horror povoou a mente do poeta escritor.

Edgar Allan Poe escreveu vários pequenos contos que podemos considerar de terror. Entre eles, "Berenice", "The Mask of the Red Death", "The Oval Portrait", e "The Premature Burial , que escolhemos para ilustrar a almofada #27, inspirada pelo halloween.

Nestas obras Poe refundiu um género e criou algumas das mais clássicas temáticas do Terror.
O mérito de Poe na escolha da temática, embora original e refrescante, não se compara à genialidade da sua técnica e ao poder totalitário das suas evocações.



Antes de mais o ambiente. Os sons tétricos e inexplicáveis povoam as histórias do escritor.

Henry Cowell The Banshee

As imagens esfumadas ou surpreendentes. Os retratos desconhecidos ou os rostos desfigurados ajudam a compor um clima de ansiedade a que leitor algum escapa. As cores são outro dos seus recursos, o contraste entre um mundo negro onde o branco prenuncia sempre morte e desgraça e o vermelho raramente é outra coisa que sangue.
Depois, as localizações. O autor coloca-nos sempre em locais inóspitos, de Invernos tempestuosos ou desoladores, Verões sufocantes, outras vezes. Os caminhos são atribulados, as casas, mansões e palacetes que surgem são estranhos e sobrenaturais.
A intriga é, depois, com uso destes artefactos metafóricos e metonímicos, urdida em filigrana de modo a provocar no leitor dúvida e temor. E, finalmente, pânico e horror, com as descobertas que o narrador ou as personagens principais realizam no culminar das histórias.

A sua técnica inclui a alienação das personagens, o recurso ao sobrenatural e ao inexplicável. Utiliza a catarse da tragédia grega amplificando os seus efeitos com a introdução de momentos, em pormenor, do horror. Da passagem de uma situação de tensão, de ansiedade, construída ao longo de uma intriga servida de elipses, insinuações, interrogações, onde, por fim, a morte chega pelas mãos de algo que nos gela.



O impacto que produz os efeitos desejados no leitor sem que este seja interrompido pelos momentos quotidianos da sua vida. Nos contos de horror que referimos pode dizer-se, sem qualquer dúvida ou questão, que Poe conseguiu o que desejava com a sua escrita.
No momento em que o leitor é confrontado com a passagem para a situação convulsiva, de morte, dor, destruição, putrefacção ou simplesmente vazio, já há muito que se sentia incomodado, duvidoso, ansioso e preocupado. Estados onde Edgar Allan Poe nos conduz com calma, segurança e mestria. E morte, muita morte.

Texto de Domingos Farinho em CTLX Cineclube de Terror de Lisboa


Alinhamento:

Frontier Ruckus One story carpot houses
Munk & James Murphy Kick out the chairs
Michael Zapruder Ad's in
"A morte vermelha"
Mazgani Lay down
Of Montreal St Exquisite's confessions
Mareva Galanter & RufusWainwright Serge et Jane
"O retrato oval"
Intense & Molly Duncan Jammin' in my head
Norah Jones & Joel Harrison Tenesee Waltz
"O enterro prematuro"
Ane Brun Changing of the seasons
Heather Nova Hollow

Deixe o seu comentário »»

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Discos almofadados

. quarta-feira, 29 de outubro de 2008
0 comentários

Michael Zapruder tornou-se notado quando integrou a banda de Patty Spiglanin, os Naked Barbies, que lançou três discos nos anos 90: Dancing with Vacuums [1994], Tarnished [1996]e Living Independently [1998], antes de mudarem nome e conceito para Vagabond Lovers, lançando o albúm When I Was You, em 2000. Nessa altura, Zapruder embarcou num projecto a solo, compondo, gravando e colocando na Internet uma música por semana durante todo o ano de 1999 (http://www.52songs.org).

Em 2002 Zapruder lança o seu albúm de estreia a solo This Is a Beautiful Town.
Dragon Chinese Cocktail Horoscope, é o seu novo disco, o terceiro da carreira.
Em Ad's for Feelings, Zapruder combina uma espécie de humor negro com uma onda free-jazzy luxuriante.

Michael Zapruder Ad's For Feelings


Estas sessões são valiosas pela majestosa colaboração de Coleman Hawkins.
A sua forma de tocar é, por vezes, brilhante e as intersecções entre a guitarra de Kenny Burrell e o tenor sax de Hawkins são os momentos chave do disco. A secção rítmica, com o pianista Tommy Flanagan, o baixista Major Holley e o baterista Eddie Locke, proporciona um suporte sublime.

Kenny Burrell with Coleman Hawkins It's Getting Dark


Não será exagero chamar a este disco o mais ambicioso albúm folk de sempre.
É louco - uma banda de 11 elementos, com uma forte atracção pela aventura, pelos aspectos mais selvagens de Tom Waits, com um ligeiro sabor circense (o disco não se chama Burlesque por acaso). Alguns temas são de uma delicadeza barroca como o fantástico "Across the Line" que enfatiza uma bela melodia de Milton Nascimento(!).

Bellowhead London Town
Bellowhead Across The Line

Pelos riscos que corre será, provavelmente, um disco mais admirado do que amado, mas é um bom ponto de partida para novas direcções do folk.

Deixe o seu comentário »»

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Rádio Zero - Nova Grelha de Programas

. segunda-feira, 27 de outubro de 2008
0 comentários


Antes das coisas estão os conceitos.

Que é como quem diz que, antes do bolo estar feito, é preciso alguém que saiba ler a receita e cozinhar.
Não vale a pena misturarmos açúcar, ovos e farinha se não soubermos em que altura o devemos fazer, e em que quantidades.
Queremos um bolo consistente e não demasiado doce. E cuidado, para que não se queime!
A verdade é que tudo se encaixa à nossa volta. Não há movimento aleatório que não transporte consigo um pedaço demasiado grande de caos.
A realidade é um puzzle que tem de ser montado de acordo com a imagem da caixa, senão vão sobrar peças. O que tem piada é saber que as peças vão mudando com os tempos e que o que é perfeito hoje pode não fazer sentido amanhã.
Que hoje apetece-me um pastel de nata, e amanhã um bolo de chocolate.

A grelha de programação da Zero mudou, mas nem por isso está menos agradável, pelo que pode (e deve!) ser consumida a qualquer hora do dia.

Ouvir a Rádio Zero http://www.radiozero.pt/ouvir

Estreias:

A 12ª Província [3ª, 20:30-21:00; rep. dom, 14:30-15:00]
(Alexandre Gil)
Retratos sonoros de ser português fora de Portugal.

Bit Sounds [3ª, 18:00-19:00; rep. sáb, 6:00-7:00]
(Zito)
Uma construção de ambientes mentais através de uma delicada escolha musical.

Capitais da Groovalização [dom, 19:00-20:00, rep. 3ª, 10:00-11:00]
(Toni Monzó)
Através das grandes urbes do planeta, na sua diversidade social, económica, étnica e cultural.

Crossroads [dom, 17:00-18:00; rep. 6ª, 9:00-10:00]
(Tiago Gaspar)
Blues, a música do Diabo.

Framework [5ª, 19:00-20:00; rep. 4ª, 1:00-2:00]
(Patrick McGinley)
Gravações de campo. Actividade sonora contextual e descontextualizada.

Memorabilia [2º sáb mês, 21:00-22:00; rep. 5ª seguinte, 1:00-2:00]
(Ricardo Amaral)
Com cortes e colagens de diversas fontes, Memorabilia apresenta documentários sobre diversas figuras.

Mood Swing [6ª, 17:00-18:00; rep. dom, 1:00-2:00]
(Rosário Crujo)
O outro lado do rock, com Rosário Crujo.

Prego no Prato [quinzenal, 5ª, 22:00-24:00; rep. dom seguinte, 6:00-8:00]
(Diogo Ferreira, João Pereira)
Pelos caminhos do electro, techno e trance. Como se não houvesse amanhã!

Rádio Etiópia [sáb, 17:00-18:00; dom, 2:00-3:00]
(Tony Justerini, Anatoly Brooks)
Eles são os fundadores da Igreja Nacional do Reino do Senhor. A internet é uma invenção do Demo, façamos dela a voz do Senhor.

Registos Sonoros [5ª, 15:00-16:00; dom, 1:00-2:00]
(Tiago Crispim)
Sons recentes e diferentes, destacados por Tiago Crispim.

Station to Station [dom, 22:00-23:00; rep. 5ª, 16:00-17:00]
(Ana Ribeiro)
À volta de um tema em cada semana, serve-se música.

Texto retirado da newsletter da Rádio Zero "Telex", edição de 20 Outubro


Deixe o seu comentário »»

domingo, 26 de outubro de 2008

Almofada # 26 - 26 Outubro 2008

. domingo, 26 de outubro de 2008
0 comentários

Ouça o programa
Almofada #26


Vá lá!...Acorda!

Este Domingo mudamos a fronha à almofada e deixamo-nos dormir mais uma hora!


A segunda série de “A minha almofada tem rádio” tem novo indicativo, novos separadores e este blog com imagem e conteúdos renovados.

De resto, mantém a filosofia de sempre: música bem disposta, humor corrosivo, língua afiada e preguiça dominical.

Alinhamento:

Steve Goodman Take me out to the ball game
Freedom Dub Sympathy for the devil
"Histórias de Museu"
Ingrid Michaelson Be Ok
Lily Frost Lover comeback to me
"O Bicho Carpinteiro"
Chick Corea & Bobby McFerrin Even from me
"Coincidências"
John Coltrane I Love You
"Personagem"
Eletrobossa Madrugada
"Decisões necessárias"
Smashing Pumpkins Tonite reprise
Ryan Adams Wonderwall
"A Fuga"
Old Crow Medicine Show Tell It To Me
Old Crow Medicine Show Mary's Kitchen
"Um Descanso"
BB King Let the good times roll
Madita Because




Deixe o seu comentário »»

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

. sexta-feira, 24 de outubro de 2008
0 comentários


A cantora canadiana Lilly Frost presta homenagem à época de ouro do swing.
Gravado ao vivo, acompanhada pelos Swinging Dukes, uma banda de swing, o albúm Lily Swings (2008) dá uma nova vida a algumas canções menos conhecidas de Billy Holiday.
A voz doce e melódica de Lilly e os arranjos de banjo, sax tenor, clarinete e trompete evocam a atmosfera confortável e trendy do swing.

Lily Frost - Lover Come Back To Me
Lily Frost - Willow Weep For Me

Desde nostálgicas baladas de jazz às canções swingadas, este é um disco para ouvir na almofada.

Deixe o seu comentário »»

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Clássicos da TV - Humor

. quinta-feira, 23 de outubro de 2008
1 comentários

Hoje deu-me para a nostalgia...
A propósito dum quiproquo profissional, lembrei-me dos velhos dos Marretas!
A partir daí, passei uma hora divertida a ver estes velhos clips de séries míticas.
Enjoy...

The Muppet Show


The Benny Hill Show


Mr. Bean


Monty Phyton's Flying Circus


Allo Allo


Jerry Seinfeld


Herman José - Lauro Dérmio "Não pirilamparás a mulher do próximo"

Deixe o seu comentário »»

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Electric Willow comentam novo albúm na almofada

. terça-feira, 21 de outubro de 2008
0 comentários



"Mood Swing" chegou, sorrateiramente, ao mercado, nos últimos dias de 2006.
Era a estreia em disco dos Electric Willow, um trio em que o ex-Caffeine Cláudio Mateus (voz, guitarra) se faz acompanhar por Abílio Sousa (baixo) e Pedro Geraldo (bateria).
O seu segundo trabalho, "Nothing's Ever Good Enough", tem levado o nome do grupo mais longe, acordando alguns ouvidos mais distraídos.
Aqui ficam os comentários do próprio Cláudio Mateus às nove faixas que compõem o disco.



To Get Across
Escolhemos esta canção para abrir, porque acerta com o tom e sonoridade que discorrem pelo disco. De alguma maneira, dá o mote do álbum ao resumir um certo olhar que perpassa pela lírica das canções que o compõe. O nosso amigo Filipe Miranda (The Partisan Seed) diz que este tema tem a melhor linha de guitarra do disco.

Bad Temper's Slave
É a canção possível para alguém com mau feitio e consciente do efeito terrível que esse mau feitio tem sobre si e sobre os que mais ama... um drama. Há quem chame a este tipo de canções exercícios de auto-comiseração ou canção do bandido, mas este terreno sempre foi frutífero para o fazedor de canções. É a canção mais acústica do disco. Gostámos muito do resultado dos sopros e das cordas que, pelo efeito criado, elevam a canção e a salvam da simples lamechice.

Cease The Falling
Gostamos do som desbragado das guitarras. O José Arantes (que co-produziu o disco comigo) conseguiu captar bem a essência das canções, sacando as sonoridades mais adequadas. Esta forma de esfarrapar acordes é o que melhor sabemos fazer. E não assentam nada mal em rockeiros de trinta e tal anos que teimam em encalhar nas mesmas dúvidas existenciais de um puto de dezoito. Este é um hino às quedas possíveis, onde somos convidados a concluir que a queda mais significativa e destrutiva com que um homem se pode deparar é a queda de cabelo, por ser a única irreversível...

Goat
A lírica encerra a ideia da necessidade que por vezes sentimos de nos distanciar de nós próprios para melhor nos conseguirmos vislumbrar e tentar perceber. Exercício difícil para alguém de apetites frugais e que ama a coisa terrena. Aqui, é, uma vez mais, a voz que vem para a frente e assume o comando.

Joy Is Brief
Esta é uma canção em que nunca acreditámos muito, mas, quando a começámos a gravar, ela foi-se revelando mais consistente e o resultado final acabou por nos surpreender. Um dos momentos mais curtidos das gravações foi quando registámos o coro final desta canção em que juntámos todo o pessoal amigo que apareceu pelo estúdio nessa noite e nos pusemos a cantar "nanananana" até doer.

Love Of The Lonely Kind
Esta canção procura falar de uma solidão que é a de cada um e que qualquer amor não pode confortar. A solidão aparece como único conforto de si própria. Ouvi dizer que soa muito a Lou Reed. Bem sabemos que o pop/rock sempre teve e terá um carácter mimético, mas às vezes dá ideia de que um gajo anda para aqui apenas a macaquear os outros. É óbvio que não me aborrece nada que falem no Lou Reed, antes pelo contrário. O ideal seria que tais comparações nos desse maior visibilidade, o que duvido, porque Lou Reed por Lou Reed, todos preferimos o original. A questão está em saber o que há, se o houver, para além das referências, e assim estas ganham mais sentido.

Moonsun Girl
Depois de um começo e desenvolvimento muito simples e despojado (assente no trio de guitarra, baixo e bateria), remata com aquele despique final, entre várias guitarras e os sopros, que é talvez, do ponto de vista instrumental, uma das partes mais intensas do disco. Ainda não percebi exactamente o queria dizer ao escrever esta letra.

Palm's Lane Lullabye
Esta canção é daquelas que saem de um jorro quando pegas na guitarra – é uma sensação muito fixe quando uma canção que te satisfaz aparece assim de forma tão simples e gratuita. Simples nasceu e simples a gravámos. Uma canção assim pede a letra mais intimista que lhe podes dar e foi o que tentei fazer...

Spark
É talvez a canção mais rock do disco. É uma das duas canções que contêm o verso que dá título ao álbum. O verso "nothing's ever good enough", que, à partida, pode remeter-nos para aquela tristeza que decorre de um estado de impotência, desencanto e desilusão, ganha aqui um sentido diferente, mais luminoso e positivo, quem sabe inspirador de qualquer força anímica para encararmos os nossos dias. Este paradoxo começa na capa e perpassa todo o disco onde as canções vão derivando por sentimentos ou estados de espírito opostos como sejam a solidão, a perda, o desespero, a saudade, o amor, o desejo, a confiança, a esperança ou a alegria mais fugaz.

Um abraço a toda a banda e muito obrigado ao Cláudio Mateus pela disponibilidade demonstrada.

Publicado por João Sobral em acisumblog.blogspot.com

Deixe o seu comentário »»

Novo indicativo e separadores da almofada em ante-estreia



No próximo Domingo 26, estreia a 2ª série de "A minha almofada tem rádio".
Aqui fica, em ante-estreia, o novo indicativo do programa e alguns dos separadores que passaremos a utilizar.

Indicativo 2a série

Separador edredon com pilhas

Separador escova com pasta

Separador tapete com caspa

Separador almofada tem radio abba

Separador almofada tem radio e a tua


(Voz de Calamity Jane)

Deixe o seu comentário »»

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Alla Polacca - We're Metal and Fire in the Pliers of Time

. segunda-feira, 20 de outubro de 2008
0 comentários

A associação do tempo à música teve sempre por base dois aspectos antagónicos, o do envelhecimento e perda de criatividade na composição musical e o do amadurecimento e aperfeiçoamento da capacidade para compor de forma criativa.
Felizmente para os Alla Polacca, e ao fim de quase uma década de existência, eles enquadram-se no aspecto mais positivo. Ou seja, tempo significou um percurso de aperfeiçoamento e o atingir de uma consistência sonora.
Algo bem patente neste seu primeiro álbum, editado sem recurso a qualquer tipo de colaborações e exclusivamente seu: We're Metal And Fire In The Pliers Of Time.
Fazendo uma retrospectiva situacionista e poderemos verificar que, ao longo da sua carreira, os Alla Polacca sofreram várias alterações no seu alinhamento e, também, que essas mudanças tiveram sempre impacto directo na sua musicalidade.
Basta ouvir as três edições anteriores para se perceber isso, com os registos sonoros a variarem entre o ambientalismo, a melancolia e algumas explosões rock no limiar do psicadélico.
As entradas e saídas de membros traziam, para o seio da banda, uma certa indefinição criativa. Mas apesar das oscilações a essência/conceito base estava sempre presente e era quem mantinha o equilíbrio e apontava a direcção correcta.
E, apesar de alguns desvios, os Alla Polacca conseguiram encontrar o rumo certo e fazer com que as suas canções soassem àquilo a que eles se propuseram: rock ambiental e experimental com uma forte carga emocional que balança algures entre as sensações primaveris e outonais.
Aquilo que agora nos apresentam, com We're Metal And Fire In The Pliers Of Time, é uma peça musical elaborada e criada com base na naturalidade. E esta naturalidade suporta-se numa gestão simples e bem conseguida entre a sua criatividade de sempre (a tal associada ao rock ambiental e experimental) e uma nova faceta, o de serem espontâneos e não se inibindo de explorar novas sonoridades mesmo que isso, por vezes, os leve aos limites do absurdo, como sucede em They´ll Do Without Us.
No entanto uma absurdidade que soa a ingenuidade (para não dizer infantilidade) e que acaba por nos transportar para os estranhos mundos imaginários que existem dentro de nós. Algo igualmente latente em The Cold (Doubt) ou na beleza surpreendente de Last Day. As mudanças são significativas e parecem aproximar-se mais de universos habitualmente equiparados aos dos Sonic Youth. Kings Of Winter e The Lie (Conspiracy and Anticipation) são um bom exemplo, primando pela exploração do experimentalismo em sintonia com a típica estrutura base da canção rock de contornos mais alternativos.
Os Alla Polacca soltaram-se e fazem com que as canções deste We're Metal And Fire In The Pliers Of Time soem a sinceridade. Nada é forçado ou manipulado.
Tudo nasceu da cumplicidade entre um grupo de músicos que, quando juntos, soltam o melhor de si sem qualquer tipo de pudor. E quando assim é o resultado final só pode ser consistente e agradavelmente criativo. Tudo o que se espera da música.

Deixe o seu comentário »»

sábado, 18 de outubro de 2008

Almofada # 25 - 19 Outubro 2008

. sábado, 18 de outubro de 2008
0 comentários

Ouça o programa
Almofada #25

A A.M.O.R. (Associação Mundial de Ouvintes de Rádio) informa: ouvir rádio pode provocar alterações de humor, psicose paranóica e confusão mental!...
A solução para este problema que afecta já milhões de pessoas em todo o mundo, passa por uma terapia, desenvolvida em laboratórios ultra-secretos, algures no IST em Lisboa.
Segundo esta reputada organização, esta terapia consiste na audição de um programa emitido pela rádio online do IST, com a cabeça deitada numa almofada confortável. Ao que consta, este tratamento resulta numa dilatação auditiva e numa expansão mental notáveis.
O programa em questão passa na Zero http://www.radiozero.pt/ aos Domingos pelas 10 da manhã e pode ser complementado no blog da almofada.
A minha almofada tem rádio: se não os consegues convencer, confunde-os!

Alinhamento:

Skalibans Through my window
Mysti Mayhem Come back around
T-Ka Flyin
"Paus de Cabeleira"
Cool Hipnoise Ela era o meu estilo
Rosalia de Souza Rio de Janeiro
"Lost in cynicism"
Yes Time and a word
Taj Mahal Lovin' in my baby's eyes
"Uma partida no campo"
Sylvie Lewis What became of us
"La vida loca"
Electric Willow Bad temper's slave (part 2)
"O coca-bichinhos"
Cat Power Aretha, sing one for me
"À espera do brasileiro que diga isto..."
Rita Redshoes Blue bird on a sunny day
"A carne é fraca"
Princeton The waves
Radiohead Fake plastic trees
Missy Higgins Sugarcene (live radio broadcast)

Programa disponível em podcast AQUI

Deixe o seu comentário »»

Rádio Zero nova grelha

A partir de segunda-feira, dia 20, a Rádio Zero http://www.radiozero.pt/ estreia uma nova grelha de programas.
No que diz respeito à 2ª série da almofada, estreia Domingo 26 com uma ligeira alteração de horário, passando a ser emitada em directo às 11h e com repetição Terças às 9h.

Deixe o seu comentário »»

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Azevedo Silva apresenta "Autista" esta sexta no Novo Espaço em Oeiras. É À BORLA! VAI FICAR EM CASA É?

. quarta-feira, 15 de outubro de 2008
0 comentários

Esta sexta dia 17, após um fim de tarde (18h) com mais uma conversa alternativa desta vez com o tema "A Mudança de Costumes - Homossexualidade" e as presenças de Pedro Vaz, Secretário-Geral Adjunto da Juventude Socialista; Miguel Duarte, presidente do Movimento Liberal Social e António Pinho, director do jornal Conversas de Café, o músico Azevedo Silva apresenta Autista o seu segundo albúm, no NOVO ESPAÇO do Teatro Independente de Oeiras às 21h.
Não sabe onde é? É AQUI

Azevedo Silva no estúdio da Rádio Zero


"Autista é já o segundo trabalho de originais de Azevedo Silva gravado para a periférica Lástima. Envolvente na sua dimensão trágica, este é o melhor disco de Outono.
Uma boa notícia: Autista está disponível para download gratuito no site da editora Lástima. Um pouco de contexto, assim sendo: Autista é o segundo de originais de Azevedo Silva, vocalista e guitarrista dos Madcab, lisboeta, devedor de nomes como Zeca Afonso ou Sérgio Godinho. O uso do termo cantautor (soa melhor o anglicismo songwriter, não é?) não é, de todo, descabido."
Pedro Figueiredo in Disco Digital

"Pouco tempo depois do lançamento do novo Autista, editado pela netlabel Lástima, Azevedo Silva fala-nos dos 5 sentidos da sua música. Obrigado.
T: Que cores tem a música de Azevedo Silva?
AZ: Preto, Vermelho e Branco.
T: Qual o sabor da música de Azevedo Silva?
AZ: Sabe a dor com pitadas q.b. de raiva.
T: Que sonoridade tem a música de Azevedo Silva?
AZ: Soa a guitarras com gente dentro e soa a ossos (e outras coisas) a quebrar.
T: O que se sente quando se toca a música de Azevedo Silva?
AZ: Inquietação, exclusão, isolamento, inconformismo, pânico, amor e ódio.
T: Que fragrâncias exalam do som de Azevedo Silva?
AZ: Limão e suor."
in a trompa

"Azevedo Silva criou o seu próprio universo. Com uma guitarra compõe canções em português, com um olhar crítico sobre a realidade que o rodeia, e diz que não se revê nos valores da sua geração. Aos 25 anos lança Autista, o segundo disco, com a colaboração do guitarrista Filipe Grácio, que já tinha participado em Tartaruga, o disco de estreia."
in jazza-me muito



Boomp3.com

Deixe o seu comentário »»

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Tertulia Virtual: VOAR

. terça-feira, 14 de outubro de 2008
12 comentários

Hum...voar.

Voar?

Voar!

Ora, vejamos...voar...

Posso ir por aqui, coisa simples e óbvia...

...adicionar fotografias de miúdas giras, ajuda bastante!?

Sexo, claro! A planar...

Mas o que me emociona é este peixe, porque é um peixe que queria voar...


É, portanto, um peixe:avião!

Por falar em peixe:avião já ouviram a banda com o mesmo nome?

Se a resposta é não, fazem mal! Eu já estou rendido...

É o que eu vos convido a fazer: entrar no mundo maravilhoso de peixe : avião, deixar-se mergulhar nas correntes aéreas deste oceano desconhecido, desfrutar da viagem pelas profundezas da brisa outonal e vão ver que também vão sentir esta alegria, esta fé resplandecente na capacidade humana para produzir o belo que só as grandes obras conseguem gerar.

Os rapazes são de Braga, Portugal e aqui em baixo está a capa do seu disco de estreia chamado "finjo a fazer de conta feito peixe:avião"


Para ouvir peixe:avião faça um voo planante por AQUI

Bons voos!



E como bonus tardio acrescento o clip de "A espera é um arame"


peixe : avião - a espera é um arame from peixe : avião on Vimeo.

Deixe o seu comentário »»

sábado, 11 de outubro de 2008

Almofada # 24 - 12 Outubro 2008

. sábado, 11 de outubro de 2008
0 comentários

Ouça o programa
Almofada #24


À falta de melhores razões para sorrir, propomos música de mulheres com alma (T-Ka, Mysti Mayhem, Lilly Frost, Clémence, Missy Higgins), bandas com atitude (Princeton, Second Person) e estórias que não lembrariam nem ao arco-da-velha, quanto mais ao Diabo.

Alinhamento:

Lily Frost Love come back to me
Dulce Pontes Velha Chica (com Waldemar bastos)
T-Ka And maybe a tree will rise out of me
"A galinha dos ovos de loiça"
Sérgio Godinho com RuiVeloso O Galo é o Dono dos Ovos
Mysti Mayhem Better than money
"O Natal"
Mário Laginha e Pedro Burmester Brazileira
Princeton Leonard Wolf
"A Árvore das Bolachas"
Dobacaracol Baiser Salé
Clémence Narciso
"A Batalha Geométrica"
Né Ladeiras e Ney Matogrosso Sereia
Sérgio Godinho e CaetanoVeloso Lisboa que amanhece
"Doces e Salgados"
Missy Higgins The wrong girl
Second Person Water

Pode ouvir o programa AQUI


Deixe o seu comentário »»

Estamos em Obras

Como já repararam, vai por aqui uma grande desarrumação.
Estamos em testes para afinar este novo layout.
Esperamos que tudo esteja a funcionar na estreia da nova série da almofada lá para o fim do mês...

Deixe o seu comentário »»
 

Top Comentadores

Namablogkamu is proudly powered by Blogger.com | Template by o-om.com